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20, jun 23 | Leitura: 8 min.

Edifícios Verdes – O que são? | Casas do Barlavento

Com o aumento da necessidade de reduzir o impacto humano no planeta, a construção civil tem procurado por soluções mais sustentáveis para minimizar o consumo de recursos naturais, reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover o desenvolvimento sustentável.

 

Os edifícios são responsáveis por uma parte significativa do consumo de energia e das emissões de carbono. Portanto, torná-los mais sustentáveis é fundamental para a redução do impacto ambiental e a transição para uma economia de baixo carbono ou neutro, conforme o esperado até 2050.

 

Neste artigo abordaremos alguns assuntos sobre edifícios mais sustentáveis e amigos do ambiente e como podemos fazer a diferença na hora de construir uma propriedade.

 

 

imagem de capa do artigo: Edifícios Verdes – O que são? – na imagem estão edifícios revestidos de plantas.

Fotografia de Darya Jum – Unsplash

 

O que é um edifício verde?

O edifício verde é um modelo de construção com especial atenção na sustentabilidade, na preservação do meio ambiente e, que economiza os recursos naturais, tanto na sua construção como na posterior utilização. Nesta categoria de edifícios amigos do ambiente, são aplicadas técnicas, tecnologias e materiais para alcançar uma melhor eficiência energética.

 

O que envolve a construção verde?

 

Primeiramente, um edifício verde envolve práticas e estratégias que visam minimizar o impacto ambiental, promover a eficiência energética, o uso consciente da água e a escolha de materiais sustentáveis desde o início do processo de construção.

 

Um dos primeiros aspetos a considerar será o terreno onde assentará a construção da propriedade. É importante realizar uma análise aprofundada e considerar fatores como a acessibilidade aos transportes públicos, a proximidade de áreas verdes e a presença de serviços básicos. Uma avaliação primária, completa como esta, contribui para a redução dos impactos ambientais e para a promoção de uma melhor qualidade de vida para os moradores.

 

Outra máxima a ter em conta na construção verde, é a eficiência energética. Criar um projeto sustentável é moroso e exige estudos detalhados de como maximizar o uso de energias renováveis, tais como a solar ou a eólica. Para maximizar o uso de energias limpas devem ser consideradas, a organização dos espaços, a orientação solar e o isolamento térmico do edifício. Este último aspeto é um dos maiores problemas na construção de edifícios em Portugal. O isolamento térmico não era projetado corretamente, ou foi simplesmente ignorado nas construções portuguesas. Hoje, são seguidos parâmetros nas construções recentes relativamente ao isolamento térmico dos edifícios, conformo podemos ver neste Decreto-Lei. O controlo da eficiência energética de um edifício irá baixar o consumo de energias não renováveis (como a eletricidade) em temperaturas extremas que se fazem sentir no verão ou inverno.

 

O uso consciente da água, é outra característica essencial na construção verde. Para este aspeto podem ser consideradas alternativas para a coleta e a reutilização das águas da chuva, por exemplo. O uso de torneiras de baixo fluxo, chuveiros economizadores, autoclismos de descarga dupla, são os instrumentos mais utilizados nas casas e que controlam a eficiência hídrica. Mesmo em imóveis cuja construção inicialmente não foi pensada para ser verde, estes instrumentos comuns podem fazer a diferença. No caso de moradias com jardins, é imprescindível que o projeto paisagístico tenha plantas autóctones para uma manutenção eficiente, com baixo consumo de água.

 

A seleção de materiais sustentáveis, ou seja, de baixo impacto ambiental, é um dos pilares a tomar em conta na construção de edifícios verdes. Os materiais devem ser certificados, recicláveis e provenientes de fontes renováveis. Optar por materiais nacionais, não só promove a economia local, como contribui para a redução das emissões de carbono no transporte dos mesmos.

 

 

Que materiais sustentáveis existem para a construção verde?

 

  • Madeira

O uso da madeira numa construção sustentável, pode parecer uma contradição, no entanto, já existem fontes controladas de onde a mesma vem. Ou seja, a madeira proveniente de florestas controladas é rastreada e é garantida a qualidade desde o início até ao fim do processo. Sempre que se retira uma árvore destas florestas, são substituídas por árvores mais novas. Só desta forma as florestas podem estar em constante renovação. A madeira pode ser usada na estrutura do edifício, nos revestimentos, pisos e outros elementos que garantem a construção da propriedade.

 

  • Materiais de construção sustentáveis

O sector da construção convencional é um dos mais poluentes de sempre.  A nível mundial, as construções de edifícios são responsáveis pelo consumo de 75% de recursos naturais, sendo 40% de recursos minerais, 40% de energia e 16% de água. Felizmente as práticas na construção tem vindo a alterar e hoje são usados materiais mais amigos do ambiente. Alguns desses materiais são produzidos e comercializados em Portugal, o que faz com que exista uma pegada de carbono menor no que diz respeito ao transporte.

 

A exemplo desses materiais estão os blocos de cânhamo da empresa sediada em Ourique, Beja, a Cânhamor. O cânhamo é uma planta que prospera em vários solos e tem um crescimento rápido, que fica pronto a colher entre 3 a 4 meses. O processamento da planta é finalizado em apenas 2 semanas, estando os blocos de cânhamo prontos a ser utilizados, conferindo durabilidade e resistência. Estes blocos também têm propriedades isolantes e de autorregulação térmica, resultando num menor uso de energia para aquecimento e refrigeração da casa.

 

Em Pombal é fabricado outro material de construção que mereceu destaque no Portal de Construção Sustentável, uma página online que se compromete a dar a conhecer projetos, produtos e empresas que querem fazer a diferença no setor da construção. A Preceram produz um tijolo térmico e acústico com uma forma invulgar que assegura conforto e poupança de energia.

 

A cortiça é um dos materiais mais conhecidos mundialmente, sendo que uma grande parte deste material sustentável provém de Portugal. A cortiça é extraída do sobreiro, uma árvore autóctone de Portugal e de outros países mediterrânicos. A extração é realizada sem prejudicar a árvore, que se regenera continuamente, produzindo ainda mais cortiça ao longo da sua vida útil. A cortiça possui excelentes propriedades como isolante térmico e acústico, além de ser resistente ao fogo. Ela tem diversas aplicações, desde pavimentos, revestimentos e até mobiliário. Em Portugal, existem várias empresas que produzem cortiça transformada, como a Amorim.

 

 

  • Materiais de construção reciclados

Os materiais reciclados representam uma parte significativa na construção verde. Reduzem o consumo de recursos naturais e minimizam o impacto ambiental. Por esta razão, devemos adotar uma economia circular e selecionar materiais que possam ter uma segunda vida.  Existem no mercado materiais para construção reciclados que dão as mesmas garantias que os materiais convencionais.

 

O concreto reciclado (betão) é produzido com o entulho de demolições ou com resíduos de alvenaria. Este material reciclado pode ser usado para vários fins como pavimentos, lajes e outros elementos estruturais de um edifício verde.

 

O plástico reciclado provém de garrafas de plástico PET, embalagens plásticas e outros resíduos plásticos, podendo ser transformado em telhas, pisos, revestimentos e tubagens. Sendo o plástico um dos materiais mais descartados nos dias de hoje, a sua reutilização na construção civil representa uma excelente alternativa.

 

 

É importante um imóvel ser energeticamente eficiente?

 

A resposta à pergunta é sim. A eficiência energética de um imóvel é importante tanto para o ambiente como para os gastos mensais dos residentes da propriedade. A eficiência energética refere-se à utilização inteligente e racional da energia e, respeitar isto traz bastantes benefícios.

 

Existe uma redução nos custos mensais por existir menos consumo de energia. A instalação de isolamento adequado, janelas eficientes, sistemas de aquecimento e arrefecimento eficientes e iluminação de baixo consumo energético podem reduzir significativamente os gastos com energia a longo prazo.

 

Os edifícios são responsáveis por uma parte significativa do consumo global de energia e das emissões de gases de efeito estufa. Ao tornar um imóvel mais eficiente energeticamente, reduz-se a quantidade de energia necessária para nele viver. Isso diminui a dependência de combustíveis fósseis e ajuda a mitigar as mudanças climáticas, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa.

 

As propriedades com classificação energética mais alta, conseguem maiores valores no mercado imobiliário. Os compradores estão cada vez mais conscientes da eficiência energética e procuram imóveis com menor impacto no ambiente e nos custos mensais. Portanto, melhorar a eficiência energética de um imóvel pode aumentar o valor e a atratividade no mercado imobiliário.

Em Portugal é obrigatório ter o certificado energético de um imóvel sempre que este seja colocado no mercado quer para venda como para arrendamento. A falta deste documento obriga ao pagamento de uma coima elevada. A emissão do documento é realizada por técnicos certificados pela ADENE, que declaram a escala relativa ao imóvel, desde A+ (muito eficiente) a F (pouco eficiente). O certificado tem a validade de 10 anos. Para saber mais sobre o certificado energético, aceda a este artigo.

A eficiência energética de um imóvel traz benefícios à economia e ao ambiente. Ajuda a reduzir os custos de energia, contribui para a sustentabilidade ambiental, proporciona conforto aos habitantes dos imóveis e aumenta o valor de mercado de um imóvel. Portanto, é altamente recomendado que os imóveis sejam construídos com base em princípios de eficiência energética.

 

 

Em Portugal, os edifícios verdes são uma tendência crescente e estão alinhados com os esforços do país para promover a sustentabilidade ambiental e a eficiência energética. Existem vários incentivos e regulamentações relacionadas aos edifícios verdes em Portugal. Este deve ser o início da mudança da construção no país.